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Carrego em meu peito meu coração, que infelizmente é ritmado e rimado...

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domingo, 11 de março de 2012

ANO

Eu, como sempre arrumando meu armário, acabei encontrando algo... algo que na hora eu sorri...
Era uma carta, eu abri ela e observei-a durante uns instantes, vi a grafia da pessoa, vi as cores da carta, a data, a forma de escrita... após essa análise eu dei-me o direito de lê-la, e comecei a ler, e lendo ouvi a voz da pessoa que havia me escrito a mesma falando cada palavra, cada virgula, cada pausa, cada suspiro e cada respiração.
Era como se a pessoa que havia me mandado ela estivesse do meu lado, ali, segurando minhas mãos olhando nos meus olhos e falando tudo aquilo.
E cada linha lida era uma lembrança, cada palavra pronunciada pela minha mente era uma emoção, foi a melhor sensação que eu já havia sentido em toda a minha vida!
Ao terminar a leitura, dobrei a carta da mesma forma que estava dobrada, olhei pra frente, vi minha face refletida no espelho do meu armário, senti angustia, vi no meu rosto uma expressão de perda, vi cada marca diante o espelho, senti todas as dores que eu havia sentido por essa pessoa.
O ódio já havia me consumido por inteiro... decidi rasgar a carta em mil pedaços e atear fogo contra ela, até não sobrar nada, mas na minha mente imediatamente abrandou o ardor da raiva me trazendo um sentimento de culpa prévio.
Olhei novamente ao espelho, vi que a culpa não era desta pessoa, vi que o passado não foi daquele jeito por que ela quis!
Fitei a carta novamente e desta vez reparei na tinta a qual foi redigida, era uma dessas canetas com cheiro e glitter, tentei sentir o cheiro, sem sucesso, não o podia mais sentir devido ao tempo em qual a carta havia sido escrita, já se fazia dois anos, mas continuei olhando para ela.
Lembrei do rosto da pessoa remetente, lembrei de cada detalhe, aquele olho levemente puxado, os cabelos lisos e pretos, as feições que aquele belo rosto ainda me permitia guardar na lembrança.
Senti novamente falta desta pessoa, meu coração se amargou, minha boca secou, minha garganta deu o tipico e fatal nó, aquele nó em que os covardes se amedrontam e colocam culpa em ciscos para parecerem fortes... e fitando novamente a carta, olhei para meus dedos e percebi que o glitter, o brilho da carta ficou neles.
Indaguei-me se era possível um brilho que estava no papel já a dois anos esquecido pudesse ainda ser tão intenso e tão marcante, como poderia ele ainda ficar em tudo o que tocava?
E então lembrei-me do sorriso! Ah aquele sorriso! Como brilhava nas minhas manhas e alegrava as minhas tardes, não importa o que acontecesse, se eu visse aquele sorriso hahaha, eu era o homem mais feliz do mundo!
Foi ai que eu notei: as pessoas podem até se afastar fisicamente, elas podem até ficarem distantes mentalmente e nunca mais quererem se ver! Mas o brilho delas sempre ficará na mão de quem já a tocou!


Este texto foi feito a partir de fatos reais.



Obrigado a todos que lerem isto... 
e especialmente ao remetente da carta.

Kito


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