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Carrego em meu peito meu coração, que infelizmente é ritmado e rimado...

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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Capitulo XX

[...]desde que me entendo por gente, sempre tentei me diferenciar de todos os outros, mas não creio que tenha sido bem sucedido... deveras, no exterior eu o era, porém toda a mesquinharia e hipocrisia interior desta maldita raça ficou impregnada; preferia eu ser um cachorro, um gato, ou mesmo um porco, porém Deus me fez humano, um humano com o desejo de ser irracional.
Acho que seria melhor se dissesse eu que sou um irracional buscando ser um racional, afinal não creio que alguns seres humanos realmente pensem...

                               Capitulo - XX
                  Do interior da juventude.


Deveras eu havia conseguido me isolar da forma que eu quis. Porém minha luta interior contra meu próprio eu sociável fazia de mim um completo idiota, um ser que nem por bem gostava de todos, nem por mal gostava de estar só, uma contradição única deste devaneio juvenil. Poucas eram as pessoas as quais se arriscavam em vir em meu contato, aqueles que o faziam não tinha arrependimentos -salvas exceções.
Em suma, minha juventude fora muito conturbada, digo eu, internamente, pois no exterior era como um diamante, sólido, imutável, com apenas algumas sutis alterações na expressão facial... porém no mais, sorria eu para todos que me olhavam, mas sorria deixando transparecer meu real desejo de assassinar a todos, não creio que meu lado psicopático agiria realmente, porém só este macabro cumprimento já era o suficiente para que ninguém se aproximasse demais, sem minha permissão é claro.
Não me arrependo de quase nenhuma pessoa a qual eu permiti ficar muito próxima. 
Houve um caso, de uma garota; seus lábios, rosados e carnudos, seus cabelos eram ruivos como fogo que estava em pleno pico de calor, suas maças faciais eram levemente rosadas com uma ou outra sarda, todas encantadoras em locais estrategicamente colocadas por Deus para que me fizesse a desejar mais e mais.
Como percebe-se eu a deixei entrar em minha vida, porém foi um arrependimento, apaixonei-me por ela, e ela nada mais quis do que sermos bons amigos, nem sempre fora assim...
Em meados de meus 17 anos eu estava feliz, pois com ela possuía tudo o que eu gostaria de ter, uma amiga, companheira para todas as aventuras, onde andar por ai sem rumo, sentar no cemitério só para observar o céu, ou jogar um jogo era equivalentemente divertido... enfim, tínhamos tudo, ou quase tudo, ainda sobrava-me os desejos carnais de todo adolescente, não aguentava eu apenas a ficar nos abraços raros de despedida e de acolhida... queria mais! Queria beija-la, queria ama-la por completo, e não apenas como uma amiga, então tomei coragem e no maldito vigésimo quinto dia do sétimo mês, decidi eu tomar as rédias da conversa e deixar bem claro:
-Amo-te!
-O quê?
-Amo-te!
-Também te amo!
-Também me ama?
-Sim! Te amo que nem um irmão mais velho!
-Porém não estou falando dessa forma de amor, digo, eu te amo, eu te quero do meu lado como minha namorada!
O que se passa a seguir não lhes diz respeito, é algo pessoal demais, mesmo esta sendo uma viagem na minha cabeça, quero reservar tal fato para poupar-me do constrangimento.
Não é nenhuma estranheza se falar-lhes que falhei nesta missão pessoal, e realmente após isso, gostaria eu dar um cabo neste mar de tristeza. Os dias que se sucederam foram os piores, toda cama que me deitava parecia estar eu deitado em um espinheiro, todo chão em que pisava parecia que estava andando sobre brasas com vidros estilhaçados e completamente afiados, meu coração não batia mais, apenas fazia um movimento não característico do órgão que dita o ritmo da vida.
Estava eu que nem um morto-vivo suplicando ao ser superior que desse um cabo neste mar de sofrer...[...]


Poisé galera, estou num projeto de escrever um livro, este é um capitulo aleatório de meu romance fictício, me digam se vocês gostaram, no que poderia melhorar, pontos fortes fracos e etc... a história ainda não existe por completo, porém aos poucos vou escrevendo...


Obrigado a todos que leram isto!
Kito